sexta-feira, 29 de abril de 2011

God Save The Queen!

É inacreditável. Vamos lá ver: mas afinal quantas pessoas há em Portugal interessadas no raio do casamento dos príncipes para justificar semelhante cobertura dos media?

Eu esperava isto da TVI, claro, já que para atulhar a televisão de lixo estão aqui as tropas armadas para o serviço. Esperava isso, também, da SIC - embora ache contraditório que a deriva liberal dos seus dirigentes se coadune com este triste espectáculo -, depois de estes terem feito da sua programação de 25 de Abril três (!) filmes sobre casamentos de realeza.

A RTP, por sua vez, cumpre o seu papel como televisão do Estado e assiste à glorificação da monarquia fantoche e decadente do Reino Unido. De que falam eles? Da corrupção do sistema legal britânico? Da hierarquia inquestionada e inultrapassável deste bastião de democracia?

Não. Falam de roupa, de convidados, de luxúria. Encenam a fairy tale - ainda há quem sonhe em ser princesa? - e elaboram em torno dela uma masturbação inacreditável, ininterrupta, entusiástica. Masturbação, aliás, que roça o estupro, já que qualquer frase de bajulação proferida soa tão forçada que devia ser tornada ilegal.

No fim, claro, aparecem as personagens do costume, que se alimentam destes momentos para rectificar o seu papel insignificante na sociedade. Falo, evidentemente, do D. Duarte, que não foi convidado para a cerimónia. Aliás, "Dom" Duarte o tanas. Duarte. Aceitaria, pelo respeito costumeiro, um "Senhor" Duarte, no máximo.Não esqueçamos que vivemos numa República.

E mais não digo, porque o esforço para não começar com palavrões está-me a desgastar e esta é uma bela manhã de sexta-feira, que eu celebro com muito mais fervor do que qualquer casamento em qualquer lado.


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