Mais uma notícia, de muitas que nos surgem todos os dias, ou não estivéssemos numa economia de mercado (a que eu prefiro chamar selva), sobre líderes, e a sua grande importância de os ter.
Segundo o Priberam, líder significa:
Pessoa que exerce influência sobre o comportamento, pensamento ou opinião dos outros;
Pessoa ou entidade que lidera ou dirige;
Chefe de um partido ou movimento político;
Que ou o que lidera determinado sector! de actividade! ou uma competição.
Vivemos constantemente a receber a mensagem de que sem líderes estamos perdidos. Sem pastor estamos perdidos. É o fim do mundo civilizado.
Dá-me logo vontade de, também aqui, pegar no dicionário e debitar o que significa "civilizado", o que significa "civilização".
O termo "civilizar" surge muitas vezes nestes contextos, os contextos dos líderes. Quem civiliza? Quem sabe o que é civilização? São os líderes.
Quantos de nós os ouve, os escuta, na verdade? Quantos de nós não está agarrado à ilusão de que ter líderes é o melhor para nós e sinal de progresso, de avanço? Esta situação só me traz à lembrança a situação de relações abusivas.
Da mesma forma de que, na nossa vida privada, podemos ser vítimas de comportamentos abusivos por parte de indivíduos que "gostam de tomar a liderança".
Somos também vítimas, há demasiado Tempo, de comportamentos abusivos enquanto colectivo que somos. Somos alvo dos líderes empresariais, somos alvo de líderes religiosos, e acima de tudo, a Maestrina dos líderes, da nossa "democracia" representativa.
Ora, atinjamos a verdadeira "civilização" construindo uma sociedade sem líderes, uma sociedade que não seja a selva da economia de mercado, uma sociedade em que não temos de estar sempre a sentir pena daqueles que não são líderes, e que por isso são fracos, precisam de caridade, de maternalismo/paternalismo. Uma sociedade no verdadeiro sentido do termo, em que estamos todos, e construímos todos com verdadeira igualdade.
Chega de nos venderem "banha da cobra", meus senhores! Nós sabemos pensar, sabemos construir, sabemos o que queremos. E a primeira coisa que vos temos a dizer, senhores líderes, é: não precisamos de vós para nada.
Je ne vous aime pas.
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