quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Que venham muitos revolucionários de sofá (e os dos fetiches também)!


Obviamente que a minha última posta sobre o papel progressivo que a Web pode trazer aos movimentos revolucionários me rendeu algumas críticas dos "fetichistas", a maioria derivadas de um dogmatismo cego e de um pedantismo de bradar aos céus. Enfim, adiante...

Certamente que estarão a par dos protestos no Egipto, que reivindicam a expulsão de Moubarak do governo. Realço apenas dois parágrafos da notícia:

"O movimento de oposição Juventude 6 de Abril apelou através da sua página no Facebook para que os protestos continuem hoje "e depois, até à partida de Murabak".No serviço de microblogging Twitter, algumas mensagens têm vindo a passar nas últimas horas apelando a nova congregação no Cairo esta tarde: "São 12h31. Os protestos das universidades estão planeados para as 14h. Só então poderemos ver como o dia corre", era escrito por um utilizador que se identifica como "draddee". Outro, "Farrah3m", dizia "A todos: vai haver um protesto às 14h00 no cruzamento de Medan Alhasry".

Esta manhã, o Twitter, que foi um dos métodos usados pelos manifestantes para se organizarem ontem, revelou estar com o acesso bloqueado no Egipto. Em comunicado, a empresa, avalia, em tom crítico, que "a troca aberta de informação e opiniões beneficia as sociedades e ajuda os governos a melhor se ligarem às populações". Os serviços de internet e telefónicos estão, de forma geral, a funcionar intermitentemente em todo o país."

Pode não ser o factor central, mas não ver o papel benéfico que as redes sociais podem ter neste género de mobilização, é não querer vislumbrar o óbvio. Enfim, vozes de burro não chegam ao céu, e que hajam muitos “revolucionários de sofá” quando o incêndio chegar ao nosso país…

3 comentários:

Caecilia Fonseca disse...

Para não dizer que a mensagem chega muito mais facilmente a outros países, a outras pessoas na mesma situação, para inspirar mobilizações do género um pouco por todo o mundo. Já o Público também sublinha "quase um terço da humanidade está online". Ignorar estas formas de comunicação é ignorar muita gente que prefere ou até comunica apenas desta forma, através da web, porque sabem que os restantes canais já estão bastante corrompidos...

Tiago Silva disse...

Isto enquanto a Internacional não (re)construída, projecto que já está na forja há umas valentes décadas. Ou melhor, há uma Internacional para cada cinco militantes :P

Anónimo disse...

O povo que foi para as ruas não serviu para nada, pelo visto.

Quem derrubou o ditador no Egito foi a porcaria do Twitter.

Tá serto!!