"O juiz de instrução criminal, Carlos Alexandre," (...) "disse estar consciente "do risco" da sua decisão que leva pela primeira vez responsáveis da Ferrostaal, a poderosa multinacional que integra o consórcio alemão que vendeu dois submarinos a Portugal, a sentarem-se no banco dos réus por crimes relacionados com a venda de equipamento militar."
Estão acusados sete gestores portugueses e três alemães.
Estão acusados sete gestores portugueses e três alemães.
Este mesmo juiz reagiu à ameaça dirigida pelo advogado de defesa da multinacional alemã, de que se o primeiro decidisse avançar para a fase de julgamento estaria a beber um veneno, com a seguinte declaração (citam os jornais): "Estou pronto então, para beber a cicuta que me foi assinalada, se for essa a decisão de quem pode"!
Confesso que não me espantou a forma como um advogado, profissional com supostos deveres de deontologia, se dirigiu a um juiz de instrução.
Ameaça, seja dirigida a quem for, é uma ameaça.
Esta situação não deverá ser considerada normal, vai-se para tribunal por muito menos...
Não, as coisas em tribunal não funcionam/não devem funcionar como nas séries género "Boston Legal". Se calhar foi isso o que aconteceu, o Sr. Advogado quis contribuir com o seu quê de adrenalina para o caso...
Tudo isto nos surge com contornos bastante novelescos.
Espero que toda esta determinação que nos é relatada, se mantenha quando o processo cair na fase de julgamento, em que terá um colectivo de juízes a apreciá-lo.
Não fará nada mal à reputação do sistema de justiça que temos.
Infelizmente e de forma realista, não acredito nisso.
A corroborar esta convicção está o "buraco financeiro" confirmado recentemente pelo Ministério da Justiça a acrescentar uma lista infindável de tropeços, falhas, etc., deste nosso sistema de justiça, também apelidado de poder de soberania.
Assistamos.
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