sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Quem segura o leme no BE?


Ainda alguém segura o leme no barco do BE, ou a navegação à deriva já é oficial? Primeiro, os bloquistas recusam viabilizar qualquer moção de censura que vise derrubar governo, pois isso seria abrir o caminho do poder à direita (como se o PS não pertencesse a essa categorização ambígua que dá pelo nome de “direita”). Depois, andam de braço dado com o Sócrates a correr o país com um candidato presidencial conjunto, propalando o PS como o garante do Estado Social, ao mesmo tempo que reduz todos os que discordam da táctica de aproximação ao governo a meros reaccionários cavaquistas, pagos pela CIA. Qual o meu espanto quando vou ver as notícias e sou informado que o BE vai apresentar uma moção de censura!


Louçã e relativos camaradas já se aperceberam do tiro no pé que foi a campanha presidencial e pretendem recuperar a imagem da “esquerda que dá luta”. No entanto, estão fartos de saber que o PSD não vai votar favoravelmente esta moção, reduzindo-a a mero fogo de vista. O BE quer recuperar a imagem de esquerda combativa que um dia apresentou? Comece por ser honesto. Ou se está contra o governo ou não. Tácticas políticas contorcionistas e jogos de bastidores parlamentares não contribuem para a credibilização do partido como esquerda de combate. Ou se alinha com quem está contra a “direita”, incluindo nesta definição o PS, ou segue os conselhos da “esquerda responsável” (cujo timoneiro no BE responde pelo nome de Daniel Oliveira) na defesa do governo de Sócrates. A clarificação impõe-se, de facto. Não ao PSD, obviamente, dessa bancada já estamos fartos de saber qual o projecto que apresentam ao país. É altura do BE escolher. A luta ou a institucionalização. Eu desconfio que já sei a resposta, mas há muita boa gente que ainda deposita esperanças vãs.

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