terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Quantos anos de vida custa ser operário?


No Público de 7 de Fevereiro, foi publicada uma notícia que nos informa de um recente trabalho de investigação, levada a cabo pelo sociólogo Ricardo Antunes, do Instituto Universitário de Lisboa, segundo a qual a classe social é o factor determinante na desigualdade da idade média de vida, e não a geografia. O estudo, com o título Classes Sociais e a Desigualdade na Saúde, conclui que indivíduos de estratos sociais mais elevados vivem, em média, mais dez anos do que os operários. Os factores determinantes são, segundo Ricardo Antunes, o nível de escolaridade e os recursos materiais (dez anos adicionais extorquidos através da contínua extracção de mais – valia dos trabalhadores, acrescentaríamos nós). Assim, vê-se que a progressiva destruição do Serviço Nacional de Saúde não é o único obstáculo ao direito à igualdade no acesso à saúde. O próprio sistema económico, inerentemente injusto, também o é. Não basta (re)construir o SNS, de forma a que cubra todo o território nacional com serviços de saúde qualificados e gratuitos, é necessário construir de raiz uma sociedade justa, onde a riqueza seja racionalmente distribuída e o acesso à educação facilitado para toda a população. Tarefa impossível para governos cujas cervizes se dobram aos pés dos mercados financeiros internacionais e do imperialismo político da União Europeia, portanto.

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